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Economia

Desafio da economia solidária é tornar o país mais justo, diz secretário

Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 27/11/2014 - 21:24
Brasília

Diante de uma plateia formada por catadores de materiais reciclados, artesãos, rendeiras e pequenos produtores rurais, o secretário Nacional de Economia Solidária, Paul Singer, disse que o maior desafio desse ramo da atividade é tornar o país mais “justo, igual e democrático”. Singer discursou para os quase 1,5 mil participantes da 3ª Conferência Nacional de Economia Solidária (Conaes), aberta hoje (27).

“A economia solidária ainda tem muito o que dar, temos que estender a economia solidária ao ensino das crianças e dos jovens, temos que aprimorar todos os esforços coletivos para que os brasileiros tenham a vida que merecem, tornando o país mais justo, mais igual e democrático”, defendeu.

Singer, que, desde 2003, comanda a secretaria ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego, defende a economia solidária como alternativa à exclusão social promovida pelas chamadas políticas neoliberais. Segundo ele, a economia solidária surge como reação “à exclusão social, à penúria, à perda do autorrespeito e da esperança, o que leva alguns a encará-la como compensação às injustiças do capitalismo.”

A conferência reúne, até o dia 30, representantes do Poder Público, de organizações da sociedade civil, empreendimentos econômicos solidários e suas organizações, e tem como um dos principais objetivos elaborar um Plano Nacional de Economia Solidária, que estabeleça políticas públicas de o ao crédito, pelo pequeno empreendedor, bem como as garantias de participação dos micro e pequenos empreendedores, em condições de igualdade, nos pregões públicos e nas compras governamentais.

De acordo com a integrante do Fórum Brasileiro de Economia Solidária Ana Lourdes de Freitas, essas políticas são importantes, pois, apesar de gerar renda, os empreendimentos solidários têm a capacidade de produção limitada, devido ao grande percentual de informalidade. Ela defendeu a criação de um marco regulatório que reconheça as especificidades do segmento e a criação de “fundos solidários, cooperativas de crédito e fomento, com recursos que possam chegar diretamente aos investimentos econômicos solidários, por meio dos bancos oficiais”.

Durante a abertura do evento, a presidenta Dilma Rousseff destacou a importância da economia solidária para a autonomia de mulheres, no Brasil e no mundo. Dilma parabenizou e elogiou a intensa participação das mulheres na conferência – em torno de 65%. Ela enumerou algumas ações promovidas pelo governo federal em prol do setor, como investimentos e a estratégia de integrar a economia solidária desde 2011 ao Programa Brasil sem Miséria. “É com muito orgulho que nós, no Brasil, temos um modelo de desenvolvimento que reconhece a importância da economia solidária”, disse.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o segmento emprega mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais mais de 60% são mulheres.


Fonte: Desafio da economia solidária é tornar o país mais justo, diz Singer