Fecomércio espera que controle de gastos renda frutos no segundo semestre
Se efetivado, o controle dos gastos públicos, anunciado pela nova equipe econômica, deverá manter o “ritmo ameno" de crescimento da economia e render frutos a partir do segundo semestre. Esta é a expectativa da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio).
Com o dever de caso feito, contas públicas e inflação em ordem, "a confiança de consumidores e empresários tende a crescer e, com isso, [crescem] o consumo das famílias e os investimentos”, diz a Fecomércio, em nota sobre os resultados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Diferentemente dos números do IBGE, que apontam crescimento de 0,9% no volume de vendas e de 1,4% na receita nominal do setor - o que ocorre pelo quarto mês consecutivo na série livre das influências sazonais -, a Fecomércio-RJ ressalta que as seguidas leituras que a entidade faz da pesquisa comprovam que o setor não ficou imune ao ritmo hesitante da economia brasileira em 2014.
“As vendas do setor desaceleraram mês a mês, em relação ao ano de 2013, após longo período em que cresceu a taxas de dois dígitos. O fato é que o varejo avança atualmente abaixo de 3% em termos anuais”, destaca a federação.
Os dados da PMC indicam que o crescimento acumulado nas vendas, de janeiro a novembro, foi 2,4%, enquanto a receita nominal do setor subiu 8,7%. Quando comparado a novembro do ano ado, a expansão foi 1%, com a receita nominal fechando em alta de 7,1%.
As avaliações da Fecomércio, no entanto, levam em consideração a variação da inflação, o que, de acordo com a instituição, não ocorre com os números do IBGE. “Se considerado o varejo ampliado, computados resultados de veículos e construção civil, o desempenho cai para uma média de resultado negativo – puxado pelo primeiro grupo”, diz a Fecomércio.
A entidade informa que em dezembro de 2014 foi a campo sondar esse movimento. “A maioria dos empresários do estado do Rio de Janeiro (64%) afirmou que as condições atuais da economia nacional apresentaram deterioração em relação aos últimos seis meses.”
Segundo a Fecomércio, após anos de forte expansão, o mercado de crédito para o consumo está moderado, em consequência, principalmente, da elevação das taxas de juros. “O alto custo da tomada de financiamentos, agravado pelo aperto monetário em curso, inibiu a expansão das concessões, também inibida pelo recuo dos incentivos fiscais. Ainda assim, o saldo das operações segue com crescimento descolado da média da economia – na casa dos 11% anuais. A relação crédito/PIB alcança 58%, enquanto a inadimplência geral – de famílias e empresas – mantém-se em apenas 3%”, conclui a entidade.
Fonte: Fecomércio: controle dos gastos renderá frutos no 2º semestre

