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Economia

Ajustes econômicos devem seguir "com determinação e perseverança", diz Tombini

Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 15/09/2015 - 12:44
 - Atualizado em 15/09/2015 - 14:43
Brasília

A retirada do grau de investimento do país tornou a situação econômica brasileira "mais desafiadora", na avaliação do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, que fala na manhã de hoje (15) em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

No último dia 9, a agência de classificação de riscos Standard&Poor's reduziu a nota de crédito do Brasil de BBB- para BB+, com perspectiva negativa, o que significa que há chance de nova revisão para baixo no futuro. Com a redução, o Brasil perdeu o grau de investimento, conferido a países considerados bons pagadores e seguros para investir.

“Por isso, reforço a necessidade de prosseguir com determinação e perseverança no processo de ajustes e de fortalecimento da resiliência de nossa economia”, disse Tombini, ao reafirmar que é preciso trabalhar para evitar que outras agências de classificação de risco retirem o grau de investimento do país, o que poderia inibir investidores de aplicar no Brasil.

Ele defendeu o processo de ajuste da economia, com corte de gastos, proposta de aumento de impostos e elevações da taxa básica de juros, a Selic. A taxa básica ou por um ciclo de sete altas seguidas e foi mantida, no início deste mês, em 14,25% ao ano. “Como é esperado em qualquer processo de ajuste macroeconômico, em países avançados ou emergentes, os custos e os resultados desses ajustes se materializam de forma descasada ao longo do tempo, sendo que o ônus associado aos ajustes aparece de forma mais rápida que os respectivos benefícios”.

O presidente do Banco Central acrescentou que a percepção negativa no período inicial do ajuste muitas vezes distorce a visão de médio e longo prazo dos agentes, "seja em relação à retomada do crescimento econômico, seja quanto à convergência da inflação para a meta”.

Para Tombini, o momento atual deve ser aproveitado para repensar as estruturas de tributos e de gasto público.

*Matéria ampliada às 14h42