Moluscos de 140 milhões de anos são achados em Pernambuco

Cientistas brasileiros encontraram dois novos gêneros e espécies fósseis de moluscos de água doce. E essa descoberta está ajudando a reescrever a história evolutiva desses animais.
Em artigo publicado em uma revista científica internacional, os pesquisadores mostram que a descoberta foi feita a partir de fósseis coletados no sertão de Pernambuco, mais precisamente na Bacia do Jatobá, durante trabalhos de campo, feitos às margens do canal de transposição do Rio São Francisco.
Os dois exemplares foram encontrados em uma formação do período Cretáceo, de 140 milhões de anos atrás. Esses fósseis são os registros mais antigos da família de moluscos Iridinidae, de conchas alongadas, e os primeiros encontrados na América do Sul. Até agora, o conhecimento sobre o grupo estava ao continente africano.
Uma possível explicação para a presença desses fósseis aqui no Brasil é que eles são datados de um período anterior à separação dos continentes sul-americano e africano.
De acordo com Rafael Costa da Silva, pesquisador do Serviço Geológico do Brasil, o achado indica que esses moluscos de água doce eram mais amplamente distribuídos do que se sabia até agora.
Segundo ele, a descoberta ajuda a esclarecer a evolução dos moluscos de água doce no mundo e reforça a importância da paleontologia brasileira na reconstrução dos processos geológicos globais.
Os dois exemplares foram incorporados ao acervo do Museu de Ciências da Terra, no Rio de Janeiro, onde estão disponíveis para pesquisas.
A descoberta é assinada por pesquisadores do Museu de Ciências da Terra, em parceria com instituições como a Unesp de Bauru e o Museu de Zoologia da USP.





