Exposição Orixambá celebra 95 anos do Terreiro de Xambá em Pernambuco

Celebração dupla para a cultura pernambucana neste mês de junho. No ano em que o Museu do Estado de Pernambuco celebra 95 anos, o Espaço Cícero Dias recebe a exposição que festeja o aniversário do Terreiro de Xambá, Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2018 e que também completa 95 anos no próximo sábado.
A exposição “Orixambá”, que abre nesta quinta-feira (5) para visitação, traz fotografias de Paulinho Filizola - fotógrafo oficial do Terreiro - e curadoria do antropólogo Raul Lody para apresentar registros sensíveis e potentes da vida religiosa, da cultura e do cotidiano do espaço religioso, considerado um dos mais importantes e resistentes expressões da cultura afro-brasileira em Pernambuco. Peças, indumentárias e outros símbolos ligados aos ritos e aos Orixás também fazem parte da exposição.
O Terreiro de Xambá foi fundado em 1930 por Maria Oiá no bairro de Campo Grande, no Recife. Uma violenta repressão policial fechou a Casa em 1938, que manteve o culto religioso a portas fechadas até 1950, quando Mãe Biu reabre seu terreiro na estrada do Cumbe, também em Recife. Um ano depois, o Terreiro ganha a sede definitiva no bairro Portão do Gelo, na cidade de Olinda. Atualmente o babalorixá Pai Ivo de Xambá dá continuidade ao trabalho do único terreiro de nação Xambá na América Latina e a primeira casa de candomblé de Pernambuco a receber o Título de Patrimônio Vivo do estado.
Em 2006, o Ministério da Cultura concedeu ao Portão do Gelo o título de Quilombo Urbano, reconhecendo a importância cultural e histórica da comunidade. No ano seguinte, o Conselho de Preservação dos Sítios Históricos da Prefeitura de Olinda declarou o Quilombo Urbano de Xambá como Patrimônio Imaterial Municipal.
Além da exposição, que fica em cartaz até o dia 29 de junho, o museu promove palestras e atividades educativas em torno da história e preservação da memória dos terreiros.





