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Meio Ambiente

Amazônia precisa de 83% de espécies preservadas para continuar de pé

Estudo aponta relação da fauna e flora com equilíbrio do ecossistema
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Madson Euler - repórter da Rádio Nacional
02/06/2025 - 12:23
São Luís
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e os chefes de missões diplomáticas à Amazônia Oriental, fazem sobrevoo sobre a Floresta Nacional de Carajás e visita à mineradora Vale.
© TV Brasil

 83% das espécies da fauna e flora da Amazônia devem ser preservadas para garantir que o ecossistema continue funcionando. É o que aponta uma pesquisa do Instituto Tecnológico Vale, que tomou como recorte a Floresta Nacional de Carajás, no Pará, com mais de 400 mil hectares de bioma amazônico. 

A pesquisa aponta que a diversidade funcional da floresta depende de 60% de espécies que não podem ser substituídas, ou seja, outras espécies e tecnologias não poderiam realizar suas funções. Nesse sentido, já foram detectados que 11% das aves e 9% das plantas estão ameaçadas de extinção, segundo o estudo - que utilizou como base 14 pontos de amostragem dentro da área de Carajás. 

Além de resultados que demonstram a necessidade de preservação para que a própria floresta continue de pé, a pesquisa, resultado do projeto “Capital Natural das Florestas de Carajás”, realizada pelo instituto entre 2019 e 2023, também revela o impacto positivo nos benefícios ao bem-estar humano trazidos pela conservação florestal.

Foi levantado, por exemplo, que 42% das plantas existentes no bioma são utilizadas pelas comunidades tradicionais amazônidas, chegando a ter de uma até quatro utilidades por espécie.

Nas proximidades da área protegida, que incluiu os municípios de Marabá, Parauapebas, Canaã dos Carajás, Água Azul do Norte e Curionópolis, 13 de 20 espécies cultivadas nas lavouras dependem de abelhas polinizadoras. O valor do serviço anual de polinização das culturas é de US$ 4,5 milhões.

A produção de cacau, maracujá e melancia tem cerca de 95% da produção dependente do serviço de polinização. Outras duas lavouras, açaí e tomate, apresentam alto grau de dependência, chegando a 65%. 

Em relação à proteção da água e à regulação do clima local, a análise dos dados coletados mostrou que a presença de florestas protegidas leva a um aumento de 21% na evapotranspiração e a uma redução na temperatura de 0,4 graus Celsius.