OAB vai acompanhar denúncia de ativistas do DF sobre perseguição policial
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai acompanhar as denúncias de ativistas do Distrito Federal (DF) sobre possível perseguição policial. Ontem, integrantes do Comitê Popular da Copa no DF (C-DF) denunciaram que um homem se fazendo ar por servidor da Justiça Eleitoral estaria perseguindo-os.
"A OAB está à disposição para acompanhar a situação, para ver se tem desdobramentos maiores, inclusive a certeza dos fatos", disse hoje (11) o vice-presidente da ordem, Claudio Lamachia, após se reunir com os ativistas.
O motivo seria o fato de o grupo estar organizando para amanhã (12), dia da abertura da Copa do Mundo, mais um ato contrário aos gastos públicos no evento. Os ativistas suspeitam que o "servidor" da Justiça Eleitoral seja um policial disfarçado, e mostraram receio de serem detidos, como os ativistas que a Polícia Civil do Rio de Janeiro conduziu à delegacia, hoje cedo, para colher depoimentos sobre a participação deles em atos violentos nos protestos de junho de 2013.
Lamachia também disse que iria ligar para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para pedir informações e a ajuda do ministério no esclarecimento dos fatos.
Conforme a Agência Brasil noticiou ontem (10), ao menos seis integrantes do comitê afirmam que um homem que se identificava ora como servidor do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ora como servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), esteve em suas casas nessa terça-feira. O desconhecido alegava conferir informações pessoais de alguns eleitores do DF. O aparente nervosismo do homem quando sua identificação profissional era solicitada, sua insistência em saber os horários em que os militantes se encontram em casa e o fato de ele dirigir uma caminhonete sem qualquer identificação levaram os integrantes do comitê e seus parentes a desconfiarem que se tratava de um policial.
Rafa Madeira, um dos ativistas procurados, chegou a pedir o nome completo e a matrícula do desconhecido que alegava ser funcionário público. De posse dos dados, procurou informações na Justiça Eleitoral a respeito da existência da atividade que o desconhecido alegava praticar para o órgão. Mas a Justiça Eleitoral disse que não faziaa esse tipo de contato e que não tinha nenhum servidor com o nome dado pelo desconhecido. "Liguei para o TRE, para a ouvidoria, e perguntei se eles faziam esse tipo de atividade. Eles negaram tanto a atividade quanto a existência do nome dado", disse Madeira.
Nesta quarta-feira, após receber a denúncia, a Anistia Internacional também decidiu acionar as autoridades do DF e do TRE, cobrando explicações sobre o caso.
Fonte: OAB vai acompanhar denúncia de ativistas do DF sobre perseguição policial



