Ministério Público italiano apela à Justiça para que Pizzolato seja extraditado


Henrique Pizzolato
O Ministério Público da Itália entrou hoje (17) com recurso na Corte de Cassações de Roma contra a decisão da Corte de Apelação de Bolonha de negar o pedido de extradição de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e sete meses de prisão, por lavagem de dinheiro e peculato, na Ação Penal 470, o processo do mensalão. A informação foi confirmada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), o Brasil está finalizando seu recurso e o apresentará também à Corte de Cassações de Roma, última instância judicial para o caso, na Itália, até quarta-feira (19), quando se encerra o prazo. O recurso é elaborado em conjunto pela PGR, a AGU e o Ministério da Justiça, além de um escritório de advocacia italiano contratado para representar o Estado brasileiro no caso.
Não há previsão para julgamento dos dois recursos, que deverão ser apreciados juntos. Caso a decisão de não extraditar Pizzolato seja mantida, ainda caberá ao governo italiano a última palavra sobre o caso.

Com cidadania italiana, Henrique Pizzolato fugiu do Brasil para evitar prisão determinada pelo STF no julgamento do processo do mensalão
Pizzolato, que também tem cidadania italiana, fugiu do Brasil em setembro de 2013, antes do fim do julgamento do processo do mensalão, e foi preso em fevereiro, em Maranello (Itália). Em junho, a corte iniciou o julgamento, mas suspendeu a sessão para solicitar esclarecimentos do governo brasileiro sobre as condições dos presídios nacionais. No dia 28 de outubro, a Justiça italiana negou o pedido de extradição de Henrique Pizzolato. A sentença foi publicada no dia 4 de novembro, data a partir da qual começou a contar o prazo de 15 dias para recurso à Corte de Cassação em Roma.
Ao negar a extradição, os magistrados italianos aceitaram os argumentos da defesa do réu de que as condições das prisões brasileiras não atendem aos direitos humanos. Nem mesmo o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, que recebeu outros condenados no processo, foi considerada apta a receber Pizzolato, de acordo com a Justiça italiana, por ter registrado dois homicídios este ano.


