Grupo protesta em São Paulo contra mudanças no atendimento de assistência social
Protesto de profissionais da área de assistência social contra mudanças nas políticas públicas municipais no setor
Um grupo em defesa da assistência social de São Paulo, como trabalhadores da área e conselheiros municipais, protestou hoje (14) na capital paulista contra o que eles chamam de “desmonte” da política do setor no município. O ato teve início na Câmara de Vereadores por volta das 10h e seguiu em direção ao prédio da prefeitura, interditando ruas do centro da cidade. O protesto acabou por volta das 16h.
Entre as principais reivindicações estão as mudanças previstas na Portaria nº 41, de 22 de julho de 2017, que remaneja o atendimento de assistência social para priorizar o turno da noite. Segundo os manifestantes, a medida pode levar à demissão de pelo menos 400 trabalhadores de organizações sociais que prestam serviços à prefeitura, além de prejudicar o atendimento aos moradores de rua.
“Não é verdade [que o atendimento aos moradores de rua no período da manhã é menos eficiente]. É o atendimento intersetorial, que direciona o morador de rua para outras políticas públicas, como de saúde, educação, trabalho. Quando você diminui esse atendimento, você coloca na rua esses trabalhadores”, disse a presidente do Conselho Municipal de Assistência Social (Comas), Fernanda Campana.
Fernanda também critica que essas medidas foram feitas sem a devida consulta ao conselho e às demais entidades e trabalhadores que desenvolvem e fiscalizam o serviço de assistência social. “Mesmo que eles decidam aumentar o atendimento no período noturno, ainda assim teríamos um déficit de quem vai ser mandado embora [da manhã] e quem poderia ser contratado [para a noite].”
O assistente social Ricardo Lima, também integrante do Comas como representante dos trabalhadores, o turno da manhã é importante para estabelecer vínculos com a população de rua. “Muitos, como usuários de substâncias psicoativas ou álcool, pela manhã, ao acordar, estão no período da lucidez, que é mais propício para este tipo de abordagem”, avaliou.
Os manifestantes informaram que cerca de 2.500 pessoas participaram do ato. A Polícia Militar de São Paulo não divulga número de participantes em protestos.
Outro lado
A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social disse, por meio de nota, que a Portaria nº 41 foi “baseada em estudos sobre a eficiência sobre o Serviço Especializado de Abordagem Social em cada horário do dia e os desdobramentos foram consequência desta análise”.
A nota destacou ainda “que nenhum serviço será fechado”. A assessoria imprensa informou que o secretário Filipe Sabará se reuniu com representantes de organizações sociais contratadas pelo governo municipal na última sexta-feira (11) para esclarecer que nenhum serviço será descontinuado.
Segundo a nota, por “uma questão emergencial temporária, os rees financeiros às OSs estão sendo, neste momento, feitos mensalmente”, mas que a partir de setembro a situação será normalizada e os desembolsos serão feitos para longo prazo. De acordo com a secretaria, o valor reado para as organizações permanece o mesmo, “não tendo havido qualquer corte”.
Matéria atualizada às 17h37 para acréscimo do posicionamento da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social
