Em documento, presidente do Panamá aponta avanços da Cúpula das Américas


Representantes de 35 países estiveram reunidos por dois dias, no Panamá, na 7ª Cúpula das Américas
Sem consenso dos 35 países para a elaboração de uma carta final conjunta, a 7° Cúpula das Américas terminou com uma declaração de Juan Carlos Varela Rodríguez, presidente do Panamá, país anfitrião do encontro. No documento de quatro páginas, o panamenho lista os assuntos acordados entre os líderes americanos nos dois dias de cúpula, entre eles, o apoio à reaproximação entre Cuba e os Estados Unidos e à negociação para o fim do conflito com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O motivo da falta de consenso sobre a declaração conjunta foi a exigência da Venezuela de incluir no documento condenação às sanções impostas pelos Estados Unidos ao país. Em março, a Casa Branca decretou a suspensão do visto de sete funcionários do governo venezuelano e o congelamento de seus bens em território norte-americano. O governo dos Estados Unidos declarou na ocasião que a Venezuela representa uma “ameaça incomum e um problema extraordinário para os Estados unidos” e alegou que o governo de Nicolás Maduro adota medidas antidemocráticas. Em resposta às sanções, a Venezuela resolveu cobrar visto de cidadãos dos Estados Unidos que visitem o país.
Apesar do ime, o presidente do Panamá destacou no documento que houve consenso em 90% das propostas citadas no documento final, que tratam de temas como educação, segurança, saúde, energia e políticas de imigração.
Rodríguez citou os avanços recentes na negociação de paz entre o governo da Colômbia e as Farc e disse que o conflito nunca esteve tão próximo do fim. “Nunca antes estivemos tão perto de pôr fim a este longo conflito e de chegar à paz na Colômbia, que também representa a paz em todo o nosso continente. Por isso, esperamos que o governo da Colômbia e as Farc cheguem rapidamente a um acordo neste ano, para que todos possamos contribuir com o que mais importa: a implementação e a consolidação da paz.”
O panamenho também enfatizou a reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba, que tiveram, na cúpula, um encontro histórico, retomando negociações bilaterais depois de mais de 50 anos, e disse que a cúpula teve o papel histórico de criar pontes para ajudar nesse processo.
“A decisão anunciada pelos presidentes dos Estados Unidos e de Cuba para avançar em um novo enfoque das relações entre seus países criou uma expectativa legítima de que situações antigas e recentes, que tensionaram as relações entre os dois hemisférios do continente, possam ser resolvidas”, avaliou.
O documento lista resoluções acordadas pelos países para ampliar o o à educação no continente, fortalecer o ensino técnico e a oferta de emprego para os jovens em situação de risco, e aproximar as universidades do setor público para elaboração de projetos de infraestrutura. Nesse contexto, teve destaque também a proposta surgida na cúpula de criar um Sistema Interamericano de Educação.
Na declaração, o panamenho diz que os líderes americanos compartilham a preocupação e a necessidade de unir esforços contra o terrorismo, o crime organizado e outras ameaças à segurança dos cidadãos, por meio do fortalecimento da cooperação entre os países e a adoção de medidas para prevenir a violência e a delinquência.
Segundo Rodríguez, houve ainda acordo para ações de cooperação entre os países para proteção dos direitos humanos dos imigrantes.
A 7° Cúpula das Américas reuniu chefes de Estado e de Governo e representantes dos 35 países do continente. De acordo com Rodríguez, o presidente do Peru, Ollanta Humala, ofereceu-se para ser o anfitrião do próximo encontro, ainda sem data definida.

