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Internacional

Eurogrupo reúne-se hoje para analisar anúncio de referendo na Grécia

Cidadãos receiam imposição de medidas de controle de capitais
Da Agência Lusa
Publicado em 27/06/2015 - 12:17
Bruxelas
Primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras
© Agência Lusa/Pantelis Saitas/direitos reservados

Os ministros das Finanças da zona do euro (Eurogrupo) reúnem-se hoje (27), em Bruxelas, para tratar novamente da situação da Grécia. A reunião é marcada pelo anúncio, em Atenas, da convocação de um referendo para 5 de julho sobre as propostas dos credores.

Na sexta-feira (26) à noite, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, anunciou que iria propor no Parlamento a realização de um referendo, para que o povo grego decida se aceita o acordo proposto pelos credores: Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE).

Além da continuidade do clima de incerteza enfrentado pela Grécia, o anúncio feito pelo ministro também levou, nas primeiras horas de hoje, alguns cidadãos a formar filas em frente a caixas eletrônicos, por receio de uma eventual imposição de medidas de controle de capitais a partir de segunda-feira (29).

O encontro de hoje em Bruxelas culminará, assim, numa série de intensas negociações nos diversos níveis – autoridades gregas com instituições, Eurogrupos, reuniões de líderes da zona euro – que não permitiram ainda selar um compromisso entre Atenas e seus credores, apesar de em 30 de junho (terça-feira da semana que vem) expirar o atual programa de assistência e a Grécia ter de pagar 1,6 bilhão de euros ao FMI.

Segundo fontes diplomáticas – antes do anúncio da intenção de Alexis Tsipras, de convocar um referendo –, se houvesse acordo e se o Parlamento grego asse as medidas no domingo (28) ou na segunda-feira (29), seriam desbloqueados imediatamente para a Grécia 1,8 milhão de euros de lucros que o BCE fez com a dívida pública grega, a tempo de Atenas pagar o dinheiro devido ao FMI.

A proposta dos credores, ora em vigor, a pela extensão do atual programa de resgate, com mais financiamento até novembro.

No total, poderão ir para os cofres gregos 15,5 bilhões de euros nos próximos cinco meses para que a Grécia cumpra as obrigações financeiras com o FMI e o BCE, mas a liberação desse dinheiro, em parcelas, será condicionada à execução das medidas eventualmente acordadas.