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Internacional

ONU pede ajuda urgente para plano de recuperação do Haiti

Da ONU News
Publicado em 06/03/2017 - 16:44
Nova York (EUA)
O número de mortes no Haiti ainda pode subir, já que as equipes de resgate estão com dificuldades para chegar a vários locais mais isolados
© Orlando Barria/EPA/Agência Lusa/direitos reservados
Vista aérea de região do Haiti afetada pela agem do furacão Matthew

Vista aérea de região do Haiti afetada pela agem do furacão Matthew Foto: Minustah/Logan Abassi/ONU

O Escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para Redução do Risco de Desastres pediu apoio urgente de US$ 2,7 bilhões para o plano de recuperação do Haiti, em três anos. O valor equivale à perda que o país sofreu depois da agem do furacão Matthew, há seis meses, e representa 32% do Produto Interno Bruto  haitiano. O pedido foi feito na véspera da 5ª Plataforma Regional para Redução do Risco de Desastres nas Américas, que começa amanhã (7) em Montreal, no Canadá.

Segundo o representante especial das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres, Robert Glasser, o que ocorreu no Haiti revelou "dados perturbadores" sobre os países menos desenvolvidos, que “não têm capacidade para responder adequadamente aos efeitos da mudança climática e ao aumento da intensidade e da frequência dos desastres relacionados ao clima".

Glasser disse que, "apesar de os sistemas do governo para a proteção de civis terem evitado muitos óbitos, é inaceitável que mais de 600 pessoas tenham morrido por causa de um furacão que estava previsto".

Desastres arrasadores

A magnitude das perdas é suficiente para "arrasar qualquer economia". Além disso, o desastre aconteceu depois de dois anos de seca no país que afetou a segurança alimentar de um milhão de pessoas e do terremoto de 2011, que custou 120% do PIB.

Calcula-se que o Haiti tenha perdido, em média, 2% do seu PIB todos os anos, entre 1975 e 2012, devido a desastres relacionados ao clima.

Robert Glasser disse que, em 2012, mais de 58% dos 10,7 milhões de haitianos viviam com menos de dois dólares e 40 centavos por dia e um quarto da população vivia na extrema pobreza, com menos de US$ 1,23 por dia.