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Internacional

Turquia adverte que atacará milícias curdas em todo o norte da Síria

*Das Agência EFE
Publicado em 17/01/2018 - 10:35
ISTAMBUL

A próxima operação militar da Turquia contra as milícias curdas no Norte da Síria não só abrangerá o enclave de Afrin, no extremo noroeste do país, mas também a zona ao leste do Eufrates, advertiu nesta quarta-feira (17) o ministro de Relações Exteriores turco, Mevlüt Çavusoglu. A informação é da Agência EFE.

O chefe da diplomacia turca fez estas declarações à agência de notícias turca Anadolu após encontrar-se com seu homólogo dos Estados Unidos, Rex Tillerson, em Vancouver, onde ambos participavam de uma cúpula sobre a Coreia do Norte.

Çavusoglu avisou a Tillerson que a Turquia está disposta a atacar as milícias curdo-sírias Unidades de Proteção Popular (YPG), apesar de serem aliadas de Washington na Síria, uma vez que as considera um braço do Partido de Trabalhadores do Curdistão (PKK), a guerrilha curda da Turquia.

"As medidas que tomamos contra YPG/PKK não podem se limitar a Afrin, razão pela qual também abrangerão Manbech e o leste do Eufrates", anunciou o ministro.

A Turquia exige a retirada das YPG da área de Manbech, ao oeste do Eufrates, desde que as milícias curdas tomaram o controle desta região do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) em 2016, mas é a primeira vez que ameaça intervir na zona ao leste do Eufrates, um território que está desde 2014 sob controle curdo.

"Dissemos (a Tillerson) que ninguém deve nos impedir de responder a qualquer ataque dos terroristas de YPG/PKK que estejam em Afrin, seja contra a Turquia, contra nossos observadores em Idlib (província síria), contra nossos soldados na zona da operação Escudo do Eufrates, ou contra membros do Exército Livre da Síria", detalhou o ministro em referência às milícias sírias aliadas das forças turcas.

Çavusoglu voltou a lamentar que os Estados Unidos mantenham seu apoio às milícias curdo-sírias após terem cumprido o objetivo de expulsar o EI do seu feudo em Raqqa.

"Não mantiveram sua palavra em Manbech (a respeito de forçar a retirada das YPG). Não mantiveram a palavra que deram a nós e aos países da Europa Ocidental em Raqqa", criticou.

"Disse (a Tillerson) muito claramente que há um risco de que se dê um o que prejudique nossas relações de forma muito séria e entremos em uma situação sem volta atrás", acrescentou.

"Nós não queremos que nossas relações cheguem a esse ponto. Mas lhe disse que, se chegar a esse ponto, teremos uma reação muito séria", ameaçou Çavusoglu.

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