logo Agência Brasil
Internacional

Ataques israelenses matam 52 pessoas na Faixa de Gaza desde sábado

Nove dos dez filhos de uma médica pediatra morreram em bombardeio
Agência Lusa
Publicado em 25/05/2025 - 17:03
Lisboa
Mourners react during the funeral of Palestinians killed in Israeli strikes, at Nasser hospital, in Khan Younis, southern Gaza strip, May 25, 2025. REUTERS/Hatem Khaled
© REUTERS/Hatem Khaled/Proibida reprodução
Lusa

Pelo menos 52 pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início da manhã de sábado (24) devido a ataques aéreos israelenses, informou a agência de notícias palestina Wafa.

No sábado à noite, um drone das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) atacou uma empresa familiar no bairro de Al Hakr, em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, matando cinco palestinos. 

Durante a noite, a força aérea lançou ataques também contra comunidades a leste de Khan Yunis, no Sul da Faixa de Gaza, onde vários helicópteros das IDF também abriram fogo.

No norte do enclave, foram relatados ataques aéreos e "tiros intensos" por parte das forças israelitas em vários locais, incluindo Beit Lahia e a nordeste de Jabalia.

As autoridades locais e médicas já haviam informado sobre a morte de pelo menos mais oito pessoas na Cidade de Gaza e mais sete em Rafah, no Sul do enclave, onde cerca de 60 pessoas também ficaram feridas.

Os ataques acontecem depois de o Ministério da Saúde do Governo do Hamas, na Faixa de Gaza, ter registrado 79 mortos na sexta-feira (23), entre eles nove filhos de uma pediatra, que se encontrava trabalhando no hospital quando os corpos chegaram.

Segundo o Hamas, a pediatra Alaa al Najjaros trabalhava no Hospital Nasser em Khan Younis (sul de Gaza) quando os corpos de nove dos seus 10 filhos (Yahya, Rakan, Raslan, Jibran, Eve, Rivan, Luqman, Sadeen e Sidra) chegaram após terem sido mortos em um ataque à sua casa.

O marido da pediatra, Hamdi Al Najjar, e o único filho sobrevivente, Adam, ambos gravemente feridos, estão sendo tratados na unidade de cuidados intensivos. As imagens divulgadas após o ataque pela Quds News Network mostram Hamdi na maca com queimaduras graves.

A mais velha das crianças falecidas tinha 12 anos, de acordo com o diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza, Munir al-Bursh.

O vídeo do resgate dos corpos mostra os agentes da Defesa Civil de Gaza e do Crescente Vermelho Palestino retirando da casa os corpos carbonizados das crianças, um após outro.

"Ela deixou-os para cumprir o seu dever e a sua missão para com todas as crianças que não encontram outro lugar no Hospital Nasser, que está cheio de gritos inocentes e enfraquecido pela doença, pela fome e pelo cansaço", escreveu o médico, Youssef Abu Al Rish, numa nota divulgada hoje pelos serviços de saúde.

Dados atualizados deste domingo (25) pelo Ministério da Saúde elevam para mais de 53,9 mil o número de pessoas mortas em Gaza desde que Israel lançou uma ofensiva.

A guerra eclodiu em Gaza após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestino Hamas em solo israelense, no dia 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1,2 mil mortos e mais de duas centenas de reféns.

É proibida a reprodução deste conteúdo