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Delegado afirma que biometria poderia ter evitado fraudes no INSS

Delegado explicou, ainda, que investigação apura papel dos servidores
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Gabriel Brum - repórter da Rádio Nacional
28/05/2025 - 15:56
Brasília
Brasília (DF), 14/05/2025 - Aposentada Neide Maria, recebeu o aviso no APP meu INSS, que teve desconto associativo nos últimos 5 anos.
A partir desta quarta-feira (14), os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) podem requerer a devolução de valores descontados indevidamente nos últimos anos. O pedido deve ser feito por meio do aplicativo Meu INSS, pelo site de mesmo nome ou pelo telefone 135.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
© Joédson Alves/Agência Brasil

Mais da metade dos casos de fraudes no INSS poderiam ter sido evitados com o uso da biometria. A afirmação é do delegado da Polícia Federal, Carlos Henrique Oliveira de Sousa. Ele falou nesta quarta-feira à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, da Câmara dos Deputados.

O delegado disse que a governança do INSS não funcionou, o que deixou espaço para fraudes. Ele defendeu melhoria nos sistemas e mencionou pesquisas de outros agentes sobre os crimes previdenciários.

“Nós temos uma especialização dentro da Polícia Federal no combate aos crimes previdenciários. A gente tem colegas que fizeram mestrado e eles apuraram que se a biometria tivesse efetivamente instaurada, 58% das fraudes poderiam ser evitadas”  

Segundo o delegado Carlos Henrique, os primeiros inquéritos chegaram à Polícia Federal em maio de 2023, mas o relatório da CGU, de junho do ano ado, foi o ponto de virada.

O documento destacava 11 entidades envolvidas responsáveis por 90% dos  descontos irregulares nas folhas de aposentados e pensionistas.

Carlos Henrique disse que as investigações mostraram a proximidade de um diretor do INSS com essas entidades associativas.

“Nas investigações e levantamentos em fontes abertas, ficava claro o envolvimento de um diretor especificamente com uma das entidades. Ele chega a ir a algum evento público de uma dessas entidades, que mostrava claramente a relação pessoal dele com essas entidades”.  

O delegado federal explicou que há um inquérito principal, que apura a responsabilidade de servidores, e outros inquéritos em cada estado para verificar cada associação envolvida nos descontos indevidos.