Dois integrantes da Guerrilha do Araguaia, nos anos 70, foram ouvidos nessa terça- feira (12) pela Comissão Nacional da Verdade.
A audiência pública realizada pela Comissão foi para ouvir relatos sobre os crimes contra os direitos humanos atribuídos aos militares que atuaram na repressão à Guerrilha do Araguaia.
Dois integrantes do grupo que lutou contra os militares na selva amazônica e mais dois parentes dos desaparecidos foram ao auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), em Brasília.
Criméia Schmidt e Danilo Carneiro contaram em detalhes como foram interrogados e torturados.
De acordo com dados reunidos pela Comissão da Verdade, pelo menos 70 pessoas desapareceram em consequência dos conflitos com militares na fronteira dos estados do Pará, Mato Grosso e Maranhão. Na lista, estudantes, operários e camponeses que combatiam as forças da ditadura.
A comissão ouviu o depoimento de Maria Eliana de Castro, irmã de Antônio Teodoro de Castro, o Raul. que teria sido torturado pelos agentes da repressão. Ela confirmou o envolvimento do Major Sebastião Rodrigues, conhecido como Major Curió na morte do irmão.
O corpo do estudante até hoje não foi localizado.
Convocados para depor, o Major Curió e mais três militares não compareceram à audiência.
Curió, segundo o advogado dele, estava hospitalizado, por isso não foi depor.
O Coordenador da Comissão Pedro Dallari voltou a lembrar que o papel da Comissão não é o de punir.
Mais de mil depoimentos já foram colhidos pela comissão. A conclusão dos trabalhos está prevista para 16 de dezembro deste ano.





