Um ato para lembrar que a intolerância religiosa é uma das faces do racismo. Este foi o objetivo da marcha pela vida e liberdade religiosa que percorreu as ruas do centro de Porto Alegre nesta quinta-feira, como uma atividade do Fórum Social Temático.
É o oitavo ano que a caminhada ocorre na capital gaúcha no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, como explica Baba Diba de Iemanjá, sacerdote africanista e presidente do Conselho do Povo de Terreiro do Rio Grande do Sul.
Ao som de tambores, com vestimentas brancas e cantorias, diversos terreiros do Rio Grande do Sul se encontraram no Largo Glênio Peres e seguiram até o Largo Zumbi dos Palmares.
A data 21 de janeiro refere-se aos ataques sofridos por Mãe Gilda, que teve casa invadida por grupos evangélicos após uma foto dela ter sido colocada na capa da Folha Universal com o título “Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”.
A casa dela foi apedrejada e o marido agredido verbalmente. Gildásia dos Santos, nome de registro, não ou os ataques e, após enfartar, faleceu no dia 21 de janeiro de 2000.
A ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Nilma Lino, participou da marcha e destacou o evento como um momento de celebração da força ancestral africana.
A funcionária pública Júlia Kolatayó, 37 anos, conta que, antes, costumava não falar de religiosidade dela por receio de enfrentar preconceitos.
Segundo dados do Censo do IBGE de 2010, é no Rio Grande do Sul que se encontra o maior índice de vivenciadores autodeclarados das religiões afrobrasileiras, representando 27% do total nacional.
São cerca de 157 mil pessoas no estado.




