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Direitos Humanos

Mundurukus reivindicam demarcação de terra Sawré Muybu, no Médio Tapajós

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Renata Martins
30/11/2016 - 11:41
Brasília

Lideranças indígenas fizeram protesto nessa terça-feira (29), no Ministério da Justiça, em Brasília. O grupo pede a demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu, no rio Tapajós, no Pará.


Pela manhã, cerca de 80 indígenas, representantes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e ambientalistas do Greenpeace fizeram um ato.


No gramado do ministério, o grupo formou a frase “Demarcação Já”, com letras vermelhas. Cento e oitenta flechas foram fincadas no local, para representar o prazo que a pasta teve para publicar a portaria referente a área.


A tarde, os indígenas ocuparam a sala de reuniões do ministério. Eles exigiam falar com o ministro Alexandre Morais, mas foram recebidos pelo presidente da Fundação Naiconal do Índio (Funai), Agostinho do Nascimento Netto.


Em abril deste ano a Funai publicou os estudos de identificação e delimitação da terra indígena. Após abertura de prazo para contestação do estudo a etapa seguinte seria a declaração dos limites dessas terras, pelo Ministro da Justiça.


Se todos os prazos fossem cumpridos a publicação da Portaria Declaratória da terra reivindicada como tradicional pelos Munduruku deveria ter saído na segunda-feira (28).


De acordo com o Cimi, durante o encontro o diretor de Proteção Territorial da Funai, Walter Coutinho, afirmou que o órgão não fez a análise das contestações dos estudos. A fase é anterior a Portaria Declaratória.


A terra indígena fica na região do Médio Tapajós, localizada nos municípios paraeneses de Itaituba e Trairão.


De acordo com a liderança indígena Ademir Munduruku, grandes empreendimentos como a construção de hidrelétricas no Rio Tapajós, podem atrapalhar o processo de demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu.


Ademir afirma que a área é considerada sagrada pelos indígenas.


Os indígenas desocuparam o Mistério da Justiça após o compromisso do presidente da Funai em tentar conseguir encontro entre os indígenas e o ministro Alexandre de Morais.


Do Ministério do Justiça, o grupo foi para o gramado do Congresso Nacional, onde se juntou aos manifestantes contrários a Proposta de Emenda à Constituição do Teto dos Gastos públicos.

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