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Direitos Humanos

Justiça realiza primeira audiência sobre chacina de Colniza

Depoimentos
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Juliana Cézar Nunes
29/11/2017 - 19:43
Brasília

A primeira audiência judicial sobre a chacina de Colniza, em Mato Grosso, fez a cidade reviver esta semana a tragédia que vitimou nove trabalhadores rurais em abril deste ano.

 

A Justiça de Mato Grosso acolheu a denúncia do Ministério Público do estado por homicídio triplamente qualificado, contra os acusados de participar da chacina.

 

Cinco testemunhas de acusação e sete de defesa, além de um policial civil, prestaram depoimento por cerca de 12 horas no início da semana. De acordo com o tribunal, familiares dos trabalhadores rurais torturados e assassinados acompanharam a audiência. 

 

O promotor Willian Oguido Ogama ressalta que a comunidade da gleba onde moravam os trabalhadores pede justiça e paz.

 

Cristiano Cabral, da Comissão Pastoral da Terra, critica o Poder Público e diz que a violência na região continua, com famílias e trabalhadores rurais ameaçados por grupos interessados na extração de minério e madeira, além de pecuaristas.

 

A expectativa do juiz que conduz o caso,  Ricardo Frazon, é obter o depoimento de todas as testemunhas e acusados até março de 2018. Com base nesses depoimentos, ele vai decidir se o crime será julgado em júri popular, uma vez que existe a suspeita de crime doloso contra a vida.

 

O réu Pedro Ramos Nogueira ainda será ouvido no Fórum de Colniza nas próximas semanas. Os réus Paulo Neves Nogueira e Moisés Ferreira de Souza irão prestar depoimento por carta precatória em Rondônia, onde estão detidos.

 

A defesa de Valdelir João de Souza, acusado de ser o mandante da chacina, considera que os depoimentos prestados na primeira audiência judicial evidenciaram que ele não tinha qualquer tipo de conflito ou disputa com as vítimas.

 

Com relação ao réu Pedro Ramos Nogueira, apontado como executor da chacina, a defesa também alega que ele nunca teve qualquer conflito com assentados, tampouco ameaçou trabalhadores rurais. 

 

A reportagem não conseguiu resposta dos advogados dos demais acusados.

 

* Texto atualizado às 17h13 de 04/12/17. 

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