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Direitos Humanos

Padre defensor de direitos humanos recebe ameaças; Ministério Público de SP é acionado

São Paulo
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Eliane Gonçalves
20/03/2018 - 23:49
São Paulo

São ameaças de agressão ou de morte que foram postadas no Facebook contra o padre Júlio Lancellotti. O padre é referência na defesa dos direitos da população de rua da cidade de São Paulo.

 

Além das ameaças, também há mensagens acusando o pároco de desviar recursos que deveriam ser usados para o atendimento dos moradores de rua.

 

As ameaças vêm principalmente de moradores da região da Mooca, onde fica a igreja istrada por padre Júlio.

 

As pessoas reclamam do aumento da população de rua na região, especialmente da favela próximo ao viaduto Bresser, a Favela do Cimento, que ocupa um terreno que pertence à prefeitura de São Paulo, mas que está sendo disputada pelo mercado imobiliário. Eles atribuem o problema ao padre Júlio.

 

Mas, segundo o próprio padre Júlio, as ameaças não se restringem a ele, mas também aos próprios moradores de rua.

 

Nessa terça-feira (20), o padre Júlio chegou a divulgar na internet o relato de um morador de rua contando  que foi ameaçado por policiais militares.

 

As ameaças foram denunciadas ao Ministério Público de São Paulo. A advogada Juliana Bertin foi uma das que assinou a representação. 

 

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo diz que a Polícia Militar não foi notificada oficialmente a respeito das denúncias e que não houve registros relacionados ao caso na Corregedoria da instituição, mas que os fatos vão ser apurados a partir da representação.

 

Também em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que a Secretaria das Prefeituras Regionais e a Secretaria de Segurança Urbana repudiam qualquer ameaça e que as denúncias devem ser encaminhadas para apuração.

 

A nota informa ainda que a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social intensificou as abordagens à população de rua na região do Parque da Mooca e que, entre os dias 1º e 18 de março, foram 176 abordagens dentro do parque, sendo 163 encaminhamentos para vaga de pernoite em centros de acolhida. As pessoas também teriam sido informadas sobre a proibição de arem a noite no local.

 

Sobre a Favela do Cimento, no viaduto Bresser, a prefeitura informou que a secretaria tem o cadastro de todas as famílias do local e oferece vagas nos centros de acolhida. Também conta com um grupo de trabalho que discute alternativas para as famílias do local.

 

* Áudio alterado às 12h57 de 21/03/18 para incluir informação.

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