Festival promove no Rio encontro entre pessoas de várias nacionalidades
"A gente faz uma feira assim ou a gente vende a nossa comida de lá, da Venezuela, e lembramos de tudo que vivemos lá, porque não foi pouco, são muitas lembranças e ficamos com muita nostalgia. Cada vez que falo isso fico muito arrepiado."
A volta no tempo e as lembranças da terra natal às quais se refere o venezuelano Dionel Acosta, de 18 anos, foram proporcionadas pelo Festival Rio Refugia, realizado nesta quinta-feira (20), Dia Mundial do Refugiado.
A terceira edição do evento, no Sesc Tijuca, na zona norte carioca, promoveu um encontro gastronômico e cultural como forma de integrar diferentes nacionalidades. Além do Sesc, a iniciativa recebeu o apoio de projetos que oferecem aulas a esses estrangeiros e da Cáritas, organização da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Com entrada gratuita, a expectativa era repetir o sucesso das edições anteriores e superar o público de cerca de 3 mil pessoas.
Para isso, 11 barracas foram montadas no interior do Sesc, cada uma com um prato típico dos países envolvidos. Entre os refugiados participantes da feira estavam nigerianos, venezuelanos, sírios, haitianos, congoleses e colombianos.
Além da gastronomia, o festival contou com apresentações musicais, de ritmos latinos e africanos, além de DJ e show de Coral.
A programação também incluiu oficinas de trança, tambores, tatuagem de henna, artesanato, pintura e caligrafia árabe.
Na área de saúde, o público pôde aferir a pressão arterial, medir a glicose e colesterol, além de se vacinar contra a gripe.
O analista de Assistência do Sesc, Daniel Moura, explicou que o objetivo é, de fato, celebrar a presença dos refugiados no Rio e toda a contribuição que eles proporcionam.
Todos os anos, milhares de pessoas em todo o mundo são forçadas a abandonar seus países de origem para escapar de guerras, conflitos e perseguições.
Em 2018, foram mais de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo estimativa do Acnur, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.
Segundo dados do Ministério da Justiça, o Brasil recebeu, em 2017, mais de 33,8 mil pedidos de refúgio, sendo a grande maioria de venezuelanos.



