Movimentos sociais rurais e urbanos se organizam para fazer doações em tempos de pandemia
Movimentos sociais do campo e da cidade têm se empenhado em fazer doações a quem precisa nesses tempos de pandemia do novo coronavírus. E não são poucos a precisar durante essa quarentena num país que tem milhões de trabalhadores informais, desempregados e em situação de vulnerabilidade social.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)) tem realizado uma série de ações de solidariedade nesse período, conforme pontua a dirigente do movimento Fabiana Batista. Fabiana explica como funciona a vaquinha online que o movimento está organizando.
Já o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem feito doações de alimentos em diversos estados do país. Em Recife, por exemplo, o movimento já distribuiu 30 mil refeições para a população de rua concentrada nas redondezas do Armazém do Campo. Dirigente do MST em Pernambuco, Paulo Mansan explica porque resolveram fazer esta ação.
No Paraná, o MST também tem feito doações para ocupações urbanas em Curitiba por meio da produção do acampamento Maila Sabrina, situado em Ortigueira. Já foram distribuídas 14 toneladas de alimentos entre arroz, feijão, outros tipos de grãos, mel, pães, legumes e frutas. Integrante da coordenação do acampamento Maila Sabrina, Jocelda de Oliveira lembrou a importância da Reforma Agrária para possibilitar ações assim.
Membro da coordenação estadual do MST, Roberto Baggio pontua os desafios colocados para a sociedade no pós-crise do coronavírus.
O território da comunidade Maila Sabrina tem 10600 hectares, um dos maiores latifúndios do Paraná. Antes da ocupação, sofria devastação ambiental pela produção de búfalo, sem cumprir os critérios de Reserva Legal. A área do acampamento foi ocupada em 2003 e a ordem de reintegração de posse foi emitida no mesmo ano.
A disputa jurídica segue desde então e as ameaças de despejo se intensificaram ao longo de 2019. As ocupações que estão recebendo doações do acampamento também sofrem com ameaças de despejo: em todo Paraná, existem cerca de 200 ocupações na iminência de serem despejadas.




