Em um ano, cresceu 12% o número de pessoas obrigadas a se deslocarem no planeta por causa de guerras, perseguições políticas ou violações de direitos humanos. Eram mais de 79,5 milhões de pessoas nessa situação no final de 2019, de acordo com a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). O número representa 1% do total da população mundial e praticamente dobrou em 10 anos.
O representante adjunto da Acnur no Brasil, Federico Martinez, destacou que eram 41 milhões de pessoas em 2010.
"Cada ano, na última década, estamos vendo que o número de deslocados está aumentando. Mas, o que é pior, é que o número de deslocados alcança um novo recorde histórico. No ano de 2019, quase 11 milhões de pessoas foram deslocadas pela primeira fez", afirma.
As Nações Unidas apontam que o crescimento nos últimos anos é resultado de dois fatores principais. Um deles, são os novos deslocamentos observados na República do Congo, no continente africano, e no Iêmen e na Síria, países do Oriente Médio. Entre as pessoas deslocadas, existem as refugiadas, que são aquelas que precisaram sair das fronteiras nacionais.
A Síria, sozinha, é responsável por mais de 13 milhões de refugiados, o que representa 16% do total de deslocados. O segundo fator responsável pelo aumento dos deslocamentos é a situação da Venezuela, que já registrou mais de 4,5 milhões e meio de pessoas nessa situação.
Segundo o relatório da Acnur, cinco países concentram dois terços dos refugiados. São eles: Síria, Venezuela, Afeganistão, Sudão do Sul e Mianmar. Em cálculo a parte, os palestinos somam mais de 5 milhões e 600 mil refugiados, ou seja, ficam atrás apenas da Síria, que está há 11 anos em guerra. Já os países que mais recebem refugiados são, em primeiro lugar, a Turquia e, em seguida, vêm os países da Colômbia, Alemanha e Paquistão.
A Acnur calcula ainda que pelo menos 100 milhões de pessoas foram forçadas a sair das próprias casas na última década. Do total de refugiados, 40% são crianças e 4% são idosos.
O relatório ainda informa que está cada vez mais difícil para os refugiados voltarem para as antigas comunidades. Nos anos 90, em média 1, milhão de refugiados conseguiram voltar para casa anualmente. Na última década, essa média caiu para cerca de 390 mil pessoas.





