Racismo estrutural explica mortes de negros, alertam especialistas

O perfil das vítimas da violência no Brasil se mantém ao longo dos anos, segundo atesta o Anuário Brasileiro da Segurança Pública. Dos mais de 47 mil assassinatos em 2019, 74% foram de pessoas negras. No Brasil, 56% da população se declara parda ou preta.
Entidades do movimento negro e especialistas em segurança pública têm alertado que o chamado racismo estrutural da sociedade é o elemento que explica esses números.
A secretária-executiva do Fórum Permanente pela Igualdade Racial, Benilda Brito, acompanha cerca de 200 mulheres de comunidades de Salvador que perderam o filho para a violência.
Mais de 6,3 mil no ano ado foram consequência da intervenção policial, chegando a 13% do total de assassinatos no país. A ativista negra Benilda Brito conta que as mães dos garotos mortos preferem, muitas vezes, não recorrer à Justiça.
O doutor em direito da Universidade Estadual de Feira de Santana, na Bahia, Felipe Freitas, especialista em violência e criminologia, ressalta que o Poder Judiciário e o Ministério Público são fundamentais para mudar essa realidade.
Os jovens também são os alvos preferenciais da violência. 51% dos mortos por homicídio, latrocínio ou lesão corporal seguida de morte no ano ado eram jovens de até 29 anos. Essa porcentagem chega a 74% quando olhamos para as mortes decorrentes da intervenção policial. Já as crianças e adolescentes representam 10% do total de assassinados em 2019.




