Centenas de pessoas fazem protesto onde congolês Moïse foi assassinado

Defensores da causa negra e dos direitos humanos fizeram um protesto em frente ao quiosque Tropicália, na praia da Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. Centenas de pessoas se reuniram em um ato pacífico no local onde o congolês Moïse Kabagambe foi espancado e morto no dia 24 de janeiro. Também ocorreram protestos em outras cidades do Brasil e do exterior.
A prefeitura do Rio informou que pretende transformar os quiosques num memorial em homenagem à cultura congolesa e africana. Ainda não há prazo para a execução do projeto. A família do imigrante aceitou a proposta de gestão do quiosque feita pela prefeitura. A informação foi publicada pelo prefeito Eduardo Paes em suas redes sociais.
A família de Moïse será incluída em programas públicos de assistência. A decisão foi tomada pela secretária municipal de Assistência Social do Rio, Laura Carneiro, durante visita à casa de parentes do congolês.
Kabagambe trabalhava por comissões nos quiosques. E sofreu agressões após ter cobrado dois dias de pagamento atrasado, segundo familiares. O corpo do imigrante foi achado amarrado em uma escada.
Para a polícia, no entanto, os atos não aconteceram por conta da suposta dívida. A motivação do crime ainda é investigada pela Delegacia de Homicídios da Capital.
Três agressores flagrados pelas imagens de uma câmera de segurança do quiosque Tropicália estão presos pelo crime. O trio foi indiciado por homicídio duplamente qualificado.
O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro abriu Inquérito Civil para apurar a morte de Moïse Kabagambe e analisar a relação trabalhista entre as partes.
A denúncia aponta para o possível trabalho sem o reconhecimento de direitos trabalhistas, podendo configurar, inclusive, trabalho em condições análogas à de escravo, na modalidade trabalho forçado, de xenofobia e de racismo. O inquérito corre em paralelo com as investigações criminais.




