O custo de vida tem sido mais alto para as famílias com mais integrantes idosos do que para os outros tipos de arranjos familiares. O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade, IPC-3i, registrou 3,78% em 12 meses, enquanto a taxa acumulada pelo IPC-BR, que mede a inflação geral da cesta de consumo das famílias, ficou em 3,51% no mesmo período. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pela Fundação Getulio Vargas.
O resultado do terceiro trimestre, no entanto, foi mais favorável para essas famílias do que o verificado no segundo trimestre. O índice ficou 0,49 ponto percentual mais baixo, de 0,97% para 0,48%. A queda nos preços foi verificada em seis das oito classes de despesas componentes do índice, com destaque para alimentação, que ou de 0,02% para -1,76%. O item que mais influenciou o comportamento desta classe de despesa foi o de hortaliças e legumes.
O economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), André Braz, explica que a dependência de certos produtos e serviços na terceira idade torna o custo de vida mais caro para as famílias com maior concentração de pessoas com mais de 60 anos em relação aos outros tipos de família.
“Algumas despesas para o idoso, como plano de saúde, a receita do remédio que ele não pode abrir mão, alimentação in natura, mais leve, e a necessidade de gastar em transporte público que não é o de massa – ele depende mais de táxi, um meio com mais conforto – e também tem a parte de empregado doméstico. Em geral o idoso precisa de auxílio para as tarefas do lar. Então a despesa do idoso é especial, ele requer cuidados e necessidades que a média da população mais nova que, quando usa, usa menos”.
O resultado do trimestre terminado em setembro também apresentou recuo devido a quedas de preços nos grupos saúde e cuidados pessoais, transportes, educação, leitura e recreação, vestuário e despesas diversas. Já os grupos habitação e comunicação apresentaram aumento de preços.





