Famílias com renda média tiveram redução no endividamento, mas ele persiste entre os mais pobres. É o que revela uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC.
O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer caiu 0,4 ponto percentual em julho, representando 78,1% das famílias no País. É a primeira queda desde novembro de 2022, deixando o volume de endividados no menor nível desde janeiro deste ano. A principal explicação para esse resultado é o o ao programa Desenrola, desenvolvido pelo governo federal, para renegociação de dívidas entre pessoas com renda entre R$ 2,6 mil e R$ 20 mil.
Entretanto, para os consumidores de baixa renda, que recebem até três salários mínimos, a proporção de endividados começou o segundo semestre com alta de 0,1%, chegando a 79,4%.
A economista responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, explica o resultado: “Isso significa que a melhora das condições econômicas, como o Desenrola ainda não priorizou esse público. Esse público vai ser priorizado em setembro. Então talvez, no último trimestre do ano vai ser o momento em que a gente pode observar aí uma redução mais significativa no volume de endividados e inadimplentes em pessoas de baixa renda”.
O movimento de renegociação fez a proporção de endividados cair entre junho e julho em 13 das 27 Unidades da Federação. As maiores reduções foram no Distrito Federal, São Paulo, Tocantins, Amapá e Bahia.
Além disso, a quantidade de endividados no cartão de crédito caiu para 85,9% em julho, frente a 87% em junho. Essa é a primeira queda em seis meses, colocando o indicador no menor nível desde fevereiro. Para Izis, o resultado é positivo, e deve melhorar nos próximos meses: “De fato como o cartão de crédito é o principal tipo de dívida e o crédito rotativo do cartão é a modalidade de dívida mais cara no Brasil, uma redução no volume de endividados no cartão é um aspecto muito positivo. E tende a inclusive continuar caindo conforme o cronograma do Desenrola for avançando ao longo deste ano”.
Também foi observada uma leve redução, de 0,1%, No volume de endividados no cheque especial e no crédito consignado.




