logo Radioagência Nacional
Educação

Um terço dos estudantes brasileiros de até 15 anos já repetiu de ano

País é o quarto pior resultado entre 80 pesquisados pela OCDE
Baixar
Dayana Vítor
29/09/2020 - 18:45
Brasília

Mais de 34% dos estudantes brasileiros de até 15 anos repetiram de série pelo menos uma vez na vida, segundo estudo da OCDE- Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico divulgado nesta terça-feira. Quase 52% dos reprovados estavam na parcela mais pobre da população. A maioria também morava em áreas rurais e vilas.

Kevin Wemerson reside na periferia do Distrito Federal e repetiu de série três vezes. Na primeira, ele tinha 14 anos. Com 17 anos, Kevin até começou o sétimo ano, mas desistiu. Ele nos conta os motivos de suas reprovações.

Na América do Sul, apenas a Colômbia tem um índice pior de repetência escolar do que o Brasil. Lá, quase 41% dos alunos de até 15 anos foram reprovados. Já Taipei, na China, e a Islândia apresentaram menor repetência entre os pesquisados. Nessas localidades, apenas 0,9% dos estudantes dessa idade já repetiram de série, de acordo com a OCDE.

Esses dados fazem parte do levantamento "Políticas Eficazes, Escolas de Sucesso". É o 5º relatório da instituição elaborado a partir de dados do PISA- que é o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, que foi aplicado para 600 mil estudantes de 15 anos em 80 países e territórios em 2018

Segundo o estudo, quase 32% dos diretores das escolas relataram falta de recursos. Essa estrutura insuficiente pode levar a reprovação dos alunos, como argumento a pós doutora em política educacional, Natália Duarte.

Para evitar a evasão, Natália Duarte enumera algumas ações que poderiam melhorar o ensino e atrair alunos.

Lembrando que o financiamento da educação básica vai aumentar já em 2021, isso porque a Emenda Constitucional do Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, o governo federal terá que investir mais no fundo. Já no ano que vem a participação que hoje é de 10% ará para 12%. Em 2026, chegará a 23%.

x