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Exportadora de madeira é multada em R$ 6 milhões pelo Ibama

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Michelle Moreira
10/07/2015 - 18:28
Brasília

A empresa Jari Florestal, umas das maiores exportadoras de madeira do país, foi multada em quase R$ 6 milhões e teve as atividades suspensas depois que o Ibama constatou irregularidades na comercialização de madeira. A ação faz parte da Operação Gênesis.

 

O superintendente do Ibama no Pará, Hugo Américo, explica que a Jari tinha o direito de explorar e comercializar madeira de planos de manejo. Mas o que a empresa estava negociando eram créditos florestais, que poderiam ser usados para acobertar a retirada ilegal de árvores.

 

Sonora: "Um desses plano vendeu madeira que ele não tirou para a Jari e a Jari comercializou estes créditos com uma empresa que não existe. Ou seja, não houve nenhum comércio da madeira e sim do papel. Este papel, nesta empresa que seria a ponta da cadeia seria vendido e seria utilizado para acobertar áreas desmatadas; e árvores retiradas da floresta de forma ilegal. Ou seja, daria uma aparência de legalidade através de uma movimentação fraudulenta de créditos."

 

O crédito florestal é uma compensação do volume de matéria prima extraída de vegetação natural pelo volume de matéria prima resultante de plantio para geração de estoque ou recuperação de cobertura florestal. Estes créditos constam no Sisflora, o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais.

 

A empresa também foi notificada por não apresentar as notas fiscais da operação. E por ter construído um porto que destruiu mais de TRÊS mil metros quadrados de uma área de preservação permanente causando impacto ao meio ambiente e afetando ribeirinhos.

 

As atividades da Jari Florestal permanecem suspensas até que a empresa estorne o valor de CINCO mil metros cúbicos em créditos florestais ou após reposição florestal, conforme legislação do Ibama.

 

A Operação Gênesis acontece em todo o estado do Pará e tem por objetivo combater a inserção de créditos falsos a partir de planos de manejos florestais que, apesar de serem licenciados legalmente, por vezes cometem fraudes para burlar o Sisflora. A ação ilegal gera créditos fictícios o que permite a legalização de madeira de áreas protegidas.

 

*Em nota, a Jari Florestal esclareceu que os danos ambientais foram causados por terceiros e que o projeto de manejo florestal sustentável, objeto da fiscalização do Ibama, está em área fora de suas propriedades.

 

A  nota diz  que o grupo é contrário a qualquer tipo de fraude ou atividade sem o devido licenciamento e que promova a degradação do meio ambiente.

 

A  Jari Florestal informou ainda  que vai recorrer aos meios legais para comprovar a legalidade de suas operações e anular as autuações.

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