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Fenômeno de queda de barrancos atinge indígenas no Amazonas

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Otto Farias
20/09/2015 - 16:37
Tabatinga (AM)

O fenômeno terras caídas, que ocorre no bairro da Comara e na comunidade indígena de Umariaçu, em Tabatinga, está relacionado a própria erosividade da margem do rio, ou seja, o tipo de solo que compõe a região, que é frágil. A afirmação é do geógrafo da UEA, Universidade do Estado do Amazonas, Paulo Almeida. Ele explica como o processo ocorre.

 

Sonora: “Pelo relatos que a gente conseguiu coletar dos moradores próximos que isso é acentuado na seca. Parece que pela enchente do rio, o processo seria mais intenso mas não é. Eles falam que cai mais quando o rio seca. Então vem a questão: quando o rio enche, o volume de água comprime suas margens, é um a pressão hidráulica muito forte, além da correnteza. Mas veja bem, se fosse isso só, cairiam pequenos degraus da terra, mas não é o que ocorre. Caem blocos enormes. Então, quando o rio seca há essa descompressão. Aí o bloco de terra mais exposto cai”

 

Além das duas áreas citadas pelo geógrafo, o fenômeno ocorre também próximo a pista do aeroporto do município. Por causa da situação, o prefeito de Tabatinga, Raimundo Carvalho, encaminhou para a Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República um projeto de construção de blocos de concreto, com o objetivo de conter a erosão na localidade.

 

Sonora: “Entreguei em Brasília um projeto pra construção de um muro de arrimo, de contenção da cabeceira do aeroporto. A queda de barrancos vai prejudicar e, com certeza, esse tipo de aeronave que voa hoje seria impedido de continuar voando"

 

A moradora do bairro da Comara, Maria José da Silva Nunes, conta que a situação do desbarrancamento preocupa os moradores.

 

Sonora: “Está caindo e isso preocupa. Eu saí dali porque tava muito próximo de casa e punha a vida de muitas pessoas em risco. Agora já fiz a minha casa, em uma rua nova. Mas tem outros moradores que precisam de ajuda. O pessoal da prefeitura está fazendo casa para os moradores, mas tem gente que ainda não tem terreno para construir suas casas"

 

A Defesa Civil de Tabatinga informou que já foram cadastradas mais de 20 casas atingidas pelo fenômeno tanto na área indígena como no bairro da Comara. Nove residências já estão sendo construídas para abrigar os moradores. A previsão é que sejam feitas mais 14 casas.

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