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Movimentos sociais querem mudança no nome de Operação Acarajé

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Sayonara Moreno, da Agência Brasil
25/02/2016 - 20:17
Salvador

As Operações da Polícia Federal, além da repercussão dos assuntos, ganham fama também por conta dos nomes inusitados. A última fase da Lava Jato, a Operação Acarajé gerou revolta por parte dos movimentos negros da Bahia e entre as baianas do acarajé.

 

Pelas ruas, as opiniões se divergem.

 

O que para alguns é apenas uma iguaria, para o povo de santo, o acarajé é um ritual ao Orixá Iansã, do Candomblé. A baiana Dulcimari de Jesus conta que o preparo do alimento é um ritual.

 

A coordenadora da Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Rita Santos, a utilização do termo para um assunto negativo é ofensivo.

 

O Coletivo Entidades Negras (CEN) chegou a publicar uma nota de repúdio contra o nome dado à operação que investigou e prendeu pessoas suspeitas pagamento de propina nesta semana. Além disso, entrou com um pedido, no Ministério Público, pela mudança no nome da operação.

 

Na nota, a organização alega que nada justifica a escolha deste nome à operação. Além disso, o acarajé é alimento sagrado para as pessoas que, em todos o país cultuam os Orixás.

 

O diretor do Coletivo Entidades Negras, Adailton Borges disse que o nome é uma forma de desrespeito.

 

Além de oferenda aos orixás, o acarajé era comercializado no período colonial do Brasil pelas chamadas escravas de ganho ou negras libertas como forma de sobrevivência, após a abolição da escravatura.

 

A Polícia Federal não comentou sobre a mudança do nome da operação, mas explicou que o nome acarajé faz alusão ao termo utilizado por alguns investigados para nominar dinheiro em espécie.

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