O ex-governador de Roraima Neudo Campos está preso. Ele se entregou na madrugada desta terça-feira no Comando de Policiamento da Capital, em Boa Vista. No início da manhã, ele foi conduzido para sede da Polícia Federal no estado, onde está detido.
Campos é marido da atual governadora Suely Campos. Ele foi condenado por envolvimento no esquema de desvio de verbas públicas conhecido como "escândalo dos gafanhotos". O ex-governador estava foragido desde a última quinta-feira, quando o Tribunal Regional Federal da primeira região revogou a liminar o mantinha em liberdade.
A Polícia Federal também prendeu nesta terça-feira a Secretária Adjunta de Relações Internacionais do Estado de Roraima. Na segunda-feira, dois policiais militares também foram presos. Os três servidores são acusados de tentar dar fuga ao ex-governador.
Segundo a Polícia Federal, os investigados usaram aparato estatal para proteger o marido da governadora. Eles tentavam remover Neudo Campos, de Boa Vista, Roraima para a Venezuela. A investigação continua para apurar a participação de outros servidores públicos e políticos no crime de favorecimento pessoal, associação criminosa e corrupção iva.
A investigação corre em primeira instância da Justiça Federal e é acompanhada desde o início pelo Ministério Público Federal. O procurador da República Carlos Guarilha explica os possíveis desdobramentos, caso haja confirmação da participação da governadora.
De acordo com informações da PF, a presa foi encaminhada à cadeia pública feminina. Os dois policiais militares, que tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva, sem prazo, estão custodiados no Comando de Policiamento da capital.
Para a equipe da Rádio Universitária de Rariama, o advogado de Neudo Campos, Frederico Leite, afirmou que só vai se manifestar após os primeiros procedimentos na sede da Polícia Federal em Roraima. Segundo a Polícia Federal, Neudo Campos deve ser ouvido nessa quarta-feira.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos outros acusados. Até a fechamento dessa matéria, a assessoria da governadora Suely Campos não se pronunciou.
