Em 2015, o Brasil estava longe de cumprir uma das principais metas do Plano Nacional de Educação. Das 10,3 milhões crianças que tinham entre zero e 3 anos de idade, menos de 26% frequentavam creches.
Até 2024, o objetivo é dobrar este índice. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que não perguntou porque essas crianças não estavam matriculadas, mas mediu o interesse dos responsáveis.
Quase 62% deles afirmou que gostaria que o filho frequentasse alguma creche. Apesar da pergunta direta não ter sido feita, a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, afirma que as informações sobre onde essas crianças ficam ajudam a entender porque elas não permanecem nas creches.
A auxiliar istrativa Dayse Fernandes até que tentou, mas o filho de seis meses não foi contemplado no sorteio de vagas em nenhuma das cinco creches onde ela o inscreveu. Dayse não está sozinha, já que a lista de espera por uma vaga somente no municipio do Rio tem 32 mil crianças.
A prefeitura diz que vai criar 35 mil vagas até 2020. Enquanto isso, mães e pais como Dayse recorrem à Justiça.
Já Zeliangêla Menegheli trocou o jornalismo pela organização de festas infantis, principalmente para poder ficar em casa com o filho Samuel. Assim, como mais de 76% dos responsáveis entrevistados, ela escolheu deixar o filho no mesmo local, sendo cuidado pela mesma pessoa, durante todo o dia, nos primeiros anos de vida, por considerar que esse lugar oferecia melhores condições de cuidados, alimentação, afeto e segurança.
Apesar das escolhas feitas pelos pais para melhorar a qualidade de vida das crianças, o IBGE aponta que, de maneira geral, os domicílios onde elas estão presentes têm menos cobertura de abastecimento de água, rede coletora de esgoto e coleta de lixo.
A renda per capita das famílias com crianças de zero a três anos também é quase 50% menor do que as das famílias que não têm crianças nessa faixa etaria.




