Preso pela 2ª vez, ex-secretário de Obras do Rio recebeu propina para beneficiar empresas
O ex-secretário de Obras do município do Rio de Janeiro Alexandre Pinto foi preso novamente nesta terça-feira (23), acusado de receber propina por obras executadas pela prefeitura. Ele já havia sido preso em agosto, também por suspeita de corrupção. Além dele, foram presos, no Rio, o ex-subsecretário Vagner Pereira, que, segundo o Ministério Público Federal, fazia o recolhimento das propinas e o doleiro Jean Luis Bertran, que seria o operador financeiro do esquema.
Também foram cumpridos três mandados de prisão em São Paulo contra executivos da Dynateste engenharia, contratada para monitorar as obras do BRT Transbrasil e que teria pago R$ 1,8 milhão de propina para Alexandre Pinto e fiscais da Secretaria de Obras, de acordo com o procurador federal, Eduardo El Hage.
Provas obtidas durante a operação Rio 40 graus mostraram que propinas não eram pagas somente por empreiteiras contratadas pela prefeitura, mas também por fornecedores contratados por essas empreiteiras.
O MPF identificou pagamentos feitos por empresas que forneceram materiais e serviços para obras como a construção dos BRT's Transoeste e Transcarioca, de restauração da Linha Vermelha e de reforma do entorno do Maracanã.
O ex-secretário foi denunciado também por 47 atos de lavagem de dinheiro feitos para ocultar as propinas recebidas. Somente em contas abertas no nome de um operador que fez acordo de delação premiada foram encontrados R$ 6 milhões.
E Alexande Pinto não é o único gestor da istração Eduardo Paes implicado nesta denúncia. De acordo com o procurador Rafael Barreto, o ex-secretário de Conservação, Marcos Belchior, também é suspeito de ter recebido R$ 250 mil em propina.
Belchior, inclusive, foi alvo de um mandado de busca e apreensão, e, de acordo com os procuradores, só não foi levado para depor coercitivamente porque esse tipo de procedimento está suspenso por decisão da Justiça.
Os procuradores afirmaram também que sua prisão não foi pedida porque ainda faltam elementos para corroborar a delação.





