Diretores da Vale rebateram em coletiva de imprensa, realizada na sede da companhia no Rio de Janeiro, informações de que a empresa tinha dados que denunciavam a instabilidade da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, que se rompeu no último dia 25, matando centenas de pessoas.
Os executivos reafirmaram que os laudos de estabilidade indicavam que não havia risco iminente de rompimento e que o fator de segurança era adequado.
Documentos de Ação civil Pública movida contra a mineradora Vale, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, apontam que a companhia incluiu a barragem de Brumadinho na zona de alerta da empresa, em outubro de 2018, devido ao risco de rompimento.
Ainda no documento, segundo a Justiça, consta que a mineradora não apresentou ações ou planos para enfrentar o problema e que outras nove barragens também se encontravam na chamada zona de alerta, devido a problemas na estrutura. E que apesar disso, as barragens foram classificadas como de baixo risco de rompimento.
O diretor de planejamento da área de ferrosos e carvão, Lúcio Cavalli, afirmou que classificação em um dos relatórios indicada como zona de atenção para a barragem não significa risco iminente. E explicou também que essa é uma metodologia probabilística desenvolvida pela empresa.
O diretor-executivo de finanças e relação com investidores da Vale, Luciano Siani, destacou ainda que laudo de peritos independentes, apresentado às autoridades, conclui que os 46 medidores eletrônicos de água da estrutura funcionavam corretamente.
O relatório traz, inclusive, troca de e-mails de funcionários da Vale sobre inconsistências na leitura de medidores dias antes do rompimento. Segundo a empresa, o laudo aponta que quatro deles tiveram problemas de configuração que foram corrigidos, tratando se apenas de uma leitura equivocada dos dados.
Os executivos afirmaram ainda que as 17 recomendações apontadas no laudo de auditoria da empresa alemã, TUV SUD, de setembro do ano ado, foram atendidas, sendo oito concluídas e nove em andamento dentro do prazo acordado. E que as recomendações eram rotineiras e comuns neste tipo de laudo.
Segundo os executivos, enquanto não apuram a real razão, foi elevado o nível de atenção com barragens do tipo da que se rompeu em Brumadinho e iniciado um sistema de monitoramento diferenciado de 24 horas.





