Viva Maria: Momento de homenagear e dizer adeus à estrela da cultura brasileira, Bibi Ferreira
Bibi Ferreira, nunca saberemos qual foi a gota de água que fez a sua respiração parar.
Nosso Brasil, afogado em lágrimas, revive o choro e as mágoas que marcaram sua trajetória nos palcos e na vida!
Obrigada por ter emprestado um sobrenome ao teatro brasileiro!
Teatro Bibi Ferreira, em São Paulo, que abriu cortinas para encenar os episódios que marcaram os anos 60 da Ditadura Militar em nosso país.
Bibi, você encarnou aos gritos a voz do silêncio imposto pela censura à classe artística, à perseguição política, à repressão e às torturas sofridas aos que eram contra o regime militar como os estudantes e sindicalistas.
Ditadura – Cárcere de ideias, encenado no Teatro Bibi Ferreira, foi uma homenagem a todos os que de alguma maneira tiveram seus direitos restringidos ou desaparecidos,
A obra descortinou os fatos ocorridos neste período, fazendo com que os “Anos de Chumbo” não se apaguem da nossa memória nem tampouco da memória das gerações futuras.
Como você, essa memória sobreviverá à Roda Viva do tempo!
”Rasga Coração”, peça que seu companheiro Paulo Ponte só concluiu em 1974, já sabendo que tinha pouquíssimo tempo de vida.
O autor tinha apenas 38 anos quando morreu. A censura proibiu sua encenação e até mesmo a publicação do texto que, não obstante, recebeu o prêmio SNT (Serviço Nacional de Teatro) numa votação unânime.
Só em 1979, no final do governo Geisel, que “Rasga Coração” foi encenada, com enorme sucesso e merecidas premiações.
Mas não só a ribalta conheceu seu talento!
A música, inspiração divina, se apossou de sua garganta, para dar brilho aos musicais que você encenou no palco dos imortais que hoje lhe aplaudem de pé!
No céu e na Terra , esteja certa que as luzes da ribalta que você acendeu haverão de orientar o caminho de seu encontro definitivo com Deus!
Que Piaf, entoe um hino ao amor que você dedicou à cultura e arte! Que Amália, cantora portuguesa, lhe receba ao som do fado que é capaz de traduzir o luto das andorinhas que, como nós, hoje, estão com o coração magoado de dor e de pranto!
Consola saber que a partir de agora, na carona de uma estrela que desce do céu, você haverá de viver seu mais brilhante papel, como aquele vivido na arela do samba em 2003 nos versos do samba da Unidos de Viradouro que em 2003 “ cantou e contou Bibi”!
Sem dúvidas, uma grande homenagem a Bibi e ao teatro brasileiro!
Foi emocionante vê-la na Sapucaí, como destaque no último carro alegórico.
Sonho de Carnaval que, como nos versos de Chico Buarque de Holanda, deixa a dor em casa esperando! VivaBibi ! Viva Maria!
Viva Maria: Programete que aborda assuntos ligados aos direitos das mulheres e outros aspectos da questão de gênero. É publicado de segunda a sexta-feira. e aqui as edições anteriores.





