Cabral é condenado pela décima vez em primeira instância nos processos da Lava Jato
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, recebeu nesta terça-feira (30) a décima condenação em primeira instância, nos processos da operação Lava Jato.
Desta vez, Cabral foi sentenciado a 18 anos de prisão, em ação no âmbito da Operação Ratatouille, que apura fraudes em contratos entre o governo do Rio e empresas de fornecimento de alimentação para escolas da rede estadual e presídios.
Com a décima condenação, as penas somadas do ex-governador já chegam a 216 anos e 6 meses de prisão, e ele ainda é réu em mais vinte e dois processos, sendo dezenove na Justiça Federal e três na Justiça Estadual.
Além de Cabral, também foram condenados em primeira instância na Ratatouille, pelo juiz da Sétima Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, o ex-assessor de Cabral, Luiz Carlos Bezerra, apontado como um dos principais operadores financeiros do ex-governador, que pegou 8 anos e 3 meses de prisão, e o empresário do ramo alimentício Marco Antônio de Luca, dono das empresas Masan e Milano, sentenciado a 32 anos.
De acordo com a decisão de Bretas, todos devem cumprir a pena em regime fechado, mas Bezzera e De Luca estão soltos e podem recorrer em liberdade. Já Cabral, está preso desde novembro de 2016.
A Operação Ratatouille foi deflagrada em junho de 2017. De acordo com a denúncia da força tarefa da Lava Jato no Rio, De Luca é acusado de pagar 16 milhões e 700 mil reais em propina a Cabral, entre 2007 e 2016. No mesmo período, as empresas Milano e Masan ganharam dois bilhões e meio de reais, em contratos com o governo do Estado para fornecimento de merenda escolar e refeições para presídios.
Procurada, a defesa do ex-governador informou que vai recorrer da decisão, em especial por não concordar com a pena aplicada. Mas ressaltou que Cabral vai manter sua postura recente de auxiliar as autoridades. A reportagem não conseguiu localizar as defesas de Carlos Bezerra e Marco Antônio de Luca.
