A Polícia Federal realiza, nesta segunda-feira, uma operação para desarticular uma organização criminosa acusada de tráfico internacional de armas. São sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão para cumprimento no Rio de Janeiro, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e em Miami, nos Estados Unidos.
As investigações, que já duram cerca de dois anos, mostraram que o grupo comprava armas de fogo, peças, órios e munições nos EUA e enviava em contêineres transportados por navios ou por encomenda postal aérea. Na maioria das vezes, o material vinha acondicionado dentro de máquinas de soldas e impressoras, despachadas junto a outros itens como telefones e equipamentos eletrônicos, para disfarçar o real conteúdo das cargas.
As armas chegavam nos estados do Amazonas, São Paulo e Santa Catarina, mas tinham como destino final uma residência no Rio de Janeiro. Nesse endereço funcionava uma oficina de usinagem e montagem da quadrilha. Com o auxílio de impressoras 3D, os integrantes terminavam de montar as armas e então distribuíam para traficantes, milicianos e assassinos de aluguel. O dinheiro para a compra do armamento era enviado do Brasil para os EUA por doleiros.
A investigação também rastreou um empresário brasileiro, dono de churrascarias na cidade americana de Boston, que recebia parte desse dinheiro e reava para os alvos residentes nos EUA. Já o dinheiro obtido com a venda das armas era investido em imóveis, criptomoedas, ações, veículos e embarcações de luxo.
Além dos mandados de prisão e de busca e apreensão, a Justiça também decretou o sequestro de bens dos investigados, avaliados em cerca de R$ 10 milhões.




