Os primeiros resultados de uma pesquisa da Fiocruz, em parceria com dez instituições científicas, detectou índices de arsênio em pescados do litoral do Rio de Janeiro dezenas de vezes superiores ao máximo estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Coordenado pelo Instituto Oswaldo Cruz, o trabalho coletou duas espécies muito consumidas no estado, as raias e tubarões, que são vendidos sob o nome de cação.
Segundo a Anvisa, o limite do metal tolerado para consumo humano deve ser de 1 miligrama por quilo de peixe. Mas, de acordo com o estudo, a Organização Mundial da Saúde, que também considerava esse limite, reviu suas recomendações e aponta que não há nível de ingestão seguro.
Em 70 exemplares coletados na capital, no litoral dos bairros de Copacabana, Recreio dos Bandeirantes e Barra da Tijuca, e na cidade de Cabo Frio, na região dos Lagos, foram identificadas contaminações que vão de 15 até 79 miligramas por quilo.
Os pesquisadores alertam que esses animais não devem ser consumidos por causa do risco à saúde e ainda destacam que a maioria deles apresenta algum grau de ameaça de extinção.
Os resultados da pesquisa estão em fase de consolidação e devem ser publicados em breve.
O consumo do arsênio pode estar ligado ao desenvolvimento de cânceres e lesões na pele, além de doenças cardiovasculares, diabetes, problemas cognitivos e de desenvolvimento infantil.
A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento foi procurada sobre os resultados da pesquisa, mas não respondeu até o fechamento da reportagem.





