Procurador Eduardo El Hage diz que Rio de Janeiro vive dia triste
O procurador da República, Eduardo El Hage, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, rebateu acusações feitas pelo governador afastado Wilson Witzel, que se disse vítima de perseguição política.
Durante a coletiva de imprensa em que detalhou a operação Tris in idem, desencadeada em conjunto com a Polícia Federal, El Hage afirmou que as investigações se sustentam e que não houve qualquer motivação política.
A ação, um desdobramento das Operações Favorito e Placebo, cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra agentes públicos, políticos e empresários, suspeitos de envolvimento em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, especialmente em compras efetuadas durante a pandemia de Covid-19.
Segundo o procurador, a partir das investigações foi possível reunir provas robustas contra Witzel.
Como exemplo de provas que pesam contra o governador afastado, Eduardo El Hage narrou que as investigações encontraram e-mails encaminhados por Wilson Witzel. As mensagens envolveriam contratos entre o escritório da primeira-dama, Helena Witzel, e empresas citadas na delação premiada Edmar Santos, ex-secretário estadual de Saúde.
Diante do material coletado, El Hage garantiu que o pedido de afastamento do cargo era a única solução que poderia ser tomada.
O Ministério Público Federal chegou a pedir a prisão de Witzel, mas o ministro Benedito Gonçalves entendeu ser suficiente o afastamento do cargo.
Durante a coletiva, o superintendente Regional da PF no Rio de Janeiro, Tácio Muzzi, detalhou o andamento da operação, que também cumpriu mandado de busca e apreensão contra o vice-governador, Cláudio Castro, e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, André Ceciliano.
Entre os presos nesta sexta-feira estão o presidente Nacional do PSC, Pastor Everaldo, e o ex-secretário de desenvolvimento do Rio de Janeiro e antigo braço direito de Witzel, Lucas Tristão.
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