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Justiça

Bolsonaro indagou sobre possibilidade de reverter eleição, diz ex-AGU

Bruno Bianco confirmou reunião com ex-presidente para tratar do pleito
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Daniella Longuinho, da Rádio Nacional
29/05/2025 - 20:53
Brasília
O advogado-geral da União (AGU), Bruno Bianco, participa de audiência na comissão de fiscalização financeira e controle da Câmara dos Deputados.
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-advogado-geral da União Bruno Bianco disse ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (29), que o ex-presidente Jair Bolsonaro o indagou se havia alguma possibilidade jurídica de reverter o resultado das eleições de 2022.

Bianco foi questionado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e confirmou a realização de uma reunião para tratar do pleito eleitoral. Segundo ele, Bolsonaro perguntou se havia algum problema jurídico com a votação que pudesse ser questionado.

Bianco respondeu que, na ótica dele, a eleição havia ocorrido de maneira correta, sem nenhum tipo de problema jurídico, e que Bolsonaro se deu por satisfeito com a resposta.

No depoimento, Bianco afirmou ainda que o encontro aconteceu na presença dos três comandantes das Forças Armadas à época: general Freire Gomes, do Exército, brigadeiro Baptista Júnior, da Aeronáutica, e almirante Almir Garnier, da Marinha.

Bruno Bianco revelou que o então ministro da Defesa, o general reformado do Exército Paulo Sérgio Nogueira, também participou da reunião. Quanto à presença do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, Bianco disse não se recordar.

A consulta de Bolsonaro ao então ministro-chefe da AGU tinha aparecido em depoimento do ex-comandante da Aeronáutica à Polícia Federal.

Bianco foi ouvido como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que é réu na ação penal da trama golpista que teria operado para manter Bolsonaro no poder.

Também foram ouvidos, nesta quinta, outros dois ex-ministros do governo Bolsonaro: Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União, e Adolfo Sachsida, de Minas e Energia.

Ambos foram questionados sobre a reunião ministerial de 5 de julho de 2022, em que Bolsonaro pediu aos ministros presentes que se empenhassem em questionar o processo eleitoral. Um vídeo da reunião foi revelado em fevereiro de 2024.

Sachsida e Rosário, além de Bianco, negaram que foram tratados temas golpistas na ocasião. 

Uma nova audiência está marcada para a manhã desta sexta-feira (30), com outras testemunhas de defesa de Anderson Torres e com o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes, arrolado pela defesa de Bolsonaro. 

No período da tarde, serão ouvidas mais oito testemunhas de Bolsonaro, incluindo os ex-ministros Gilson Machado, do Turismo, e Eduardo Pazuello, da Saúde. 

*Com informações da Agência Brasil

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