O delegado da Polícia Federal, Marlon Cajado dos Santos, informou, em ofício ao juiz federal Vallisney Oliveira, que um inquérito no âmbito da Operação Zelotes investiga suposta participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de quatro ex-ministros na compra de medidas provisórias.
Segundo o delegado, é preciso apurar se outros agentes públicos, entre eles Lula e os ex-ministros Gilberto Carvalho, Erenice Guerra, Nelson Machado e Miguel Jorge, foram corrompidos por organização criminosa ou se este grupo estaria vitimando essas pessoas.
A Polícia Federal investiga uma suposta organização que seria formada por dois servidores públicos: um do Senado Federal e uma assessora especial da Casa Civil. Esses servidores são investigados pelos crimes de associação criminosa, extorsão, corrupção ativa e iva e lavagem de dinheiro.
Em nota, o Instituto Lula disse que nada justifica a conduta do delegado ao afirmar que o ex-presidente Lula seria investigado nesse inquérito. O Instituto diz que o ex-presidente foi ouvido no dia 6 de janeiro na condição de informante, sem a possibilidade de fazer uso das garantias constitucionais próprias dos investigados. E a nota termina dizendo que não há nenhum elemento que justifique a mudança do tratamento.
Nesta quinta-feira, em depoimento como testemunha na ação penal da Zelotes, o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou que nunca conversou com o empresário Mauro Marcondes, investigado na operação, sobre medidas provisórias que beneficiaram o setor automotivo.
E negou conhecer algum político que tenha se beneficiado com a suposta compra das medidas.
Após prestar depoimento como testemunha no dia 25 de janeiro na Zelotes, o ex-ministro Gilberto Carvalho disse que a acusação de que houve compra e venda de medidas provisórias nos governos de Lula e da presidenta Dilma Rousseff é absurda.
A reportagem não conseguiu localizar os ex-ministros Nelson Machado e Erenice Guerra para comentar o caso.
Com informações de Danyele Soares.





