O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República em um procedimento oculto em tramitação no Supremo Tribunal Federal.
De acordo com as investigações, Lula teria participado de um esquema para evitar que o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, assinasse acordo de delação premiada para a Operação Lava Jato.
No ano ado, o senador Delcídio do Amaral foi preso depois que uma conversa com Nestor Cerveró foi gravada pelo filho dele, Bernardo Cerveró, e entregue à Procuradoria. O vídeo mostrava a oferta feita por Delcídio a Cerveró de 50 mil reais por mês para que o ex-diretor da Petrobras deixasse o país.
Segundo os procuradores, o objetivo de Delcídio era evitar que o Cerveró fizesse acordo de delação premiada.
A denúncia contra Lula foi oferecida em um inquérito que já tramitava no Supremo contra o senador Delcídio do Amaral e o banqueiro André Esteves do BTG Pactual, que também foram denunciados na ocasião.
Em depoimento de delação, Delcídio afirmou que Lula, com o pecuarista José Carlos Bumlai e o banqueiro, atuaram com interesse de “esconder fatos ilícitos” que os envolviam.
Segundo o procurador-geral da república, Rodrigo Janot, a partir de então "as investigações ganharam novos contornos e constatou-se que Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai e o filho dele, Mauricio Bumlai, atuaram na compra do silêncio de Nestor Cerveró para proteger outros interesses, além daqueles inerentes a Delcídio e a André Esteves.
Em resposta à denúncia, o Instituto Lula afirma que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, antecipou juízo de valor, e negou que o ex-presidente tenha ligação com as investigações da Lava Jato.
De acordo com nota divulgada na noite dessa terça-feira, a peça apresentada pelo procurador-geral da República "indica apenas suposições e hipóteses, sem qualquer valor de prova. Trata-se de uma antecipação de juízo, ofensiva e inaceitável, com base unicamente na palavra de um criminoso."
O texto afirma ainda que, "nos últimos anos, Lula é alvo de verdadeira devassa", e que "suas atividades, palestras, viagens, contas bancárias, absolutamente tudo foi investigado e nada foi encontrado de ilegal ou irregular."
O instituto, conclui a nota ,dizendo que o ex-presidente "não deve e não teme investigações”





