A condenação do deputado cassado Eduardo Cunha repercutiu na Câmara. Logo após ser divulgada a sentença, parlamentares saíam das comissões, conversavam entre si e alguns falavam com a imprensa. A oposição foi a primeira a avaliar o impacto da decisão nos trabalhos da Casa. Já a base aliada e pedia mais tempo para ler a sentença.
Para o deputado Alessandro Molon, da Rede, a decisão diminui a influência que Cunha ainda tem na Câmara. Na opinião de Molon, se outras condenações vierem, os antigos aliados vão tender a se afastar da memória do ex-presidente da Casa. Mas ele enfatiza que a decisão pode levar parlamentares envolvidos na Operação Lava Jato a aprovarem medidas para barrar as investigações.
Já para Carlos Marun, do PMDB, que era aliado de Cunha, é preciso avaliar com cautela a sentença para emitir alguma opinião. Marun chegou a visitar Cunha na cadeia em dezembro. Mesmo sem ler o texto, o peemedebista afirmou que há uma espécie de “perseguição” contra Cunha.
Cunha foi cassado pelo Plenário da Câmara em setembro do ano ado. Por 450 votos favoráveis e 10 contrários à cassação, o ex-deputado deixou o mandato acusado de ter mentido em depoimento espontâneo à I da Petrobras, em 2015, quando negou ter contas no exterior.
