Após quatro horas, o relator do processo que pede a cassação da chapa Dilma/Temer, ministro Herman Benjamin, concluiu o voto nesta sexta-feira e pediu a cassação da chapa. Segundo o ministro, o abuso de poder político e econômico está comprovado.
O relator listou as irregularidades que tratam, por exemplo, a atuação da Odebrecht no financiamento da campanha, da relação do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura nas fraudes, da utilização de gráficas de fachada para receberem desvios de dinheiro, da distribuição de propinas ao PT; e da compra de apoio político para a chapa por meio de tempo de propaganda no rádio e na televisão.
No voto, o ministro ainda rejeitou a tese de separar as contas de Dilma Rousseff e Michel Temer.
O ministro completou dizendo que neste caso as provas mostram que as despesas de Temer foram pagas com recursos do caixa comum da campanha presidencial.
E ao terminar a leitura do voto, o relator deixou um recado aos demais ministros.
A afirmação de Herman Benjamin foi feita um dia após os ministros discutirem se devem considerar as delações de executivos da Odebrecht na decisão. A maioria indicou ser contra o uso das delações. Mas o relator defendeu a utilização dessas provas.
No voto, Herman Benjamin ainda comentou a questão da inelegibilidade, mas não se posicionou. Disse que vai esperar o plenário. Após julgarem a cassação ou não, os ministros devem decidir se tornam Dilma e Temer inelegíveis.



