A Anvisa publicou uma nota técnica orientando centros de reprodução assistida com relação a gametas doados por paciente que tiveram monkeypox. A medida foi tomada por conta dos impactos da doença no Brasil. De acordo com a orientação, é necessário esperar três semanas do início dos sintomas para fazer as doações. O mesmo vale para quem está sem sintomas, mas que tenha tido contato com casos positivos da doença.
Até o momento, não houve registro de transmissão do vírus por meio de sangue, tecidos, células germinativas e embriões, mas, a agência se antecipou e determinou essas medidas, considerando que apesar de haver poucas informações sobre a doença, existe o risco de transmissão por meio de substâncias de origem humana.
A Anvisa explicou ainda que se baseia na informação de um outro vírus do mesmo gênero do monkeypox que aumenta o risco de complicações maternas e perinatais, incluindo morte fetal, parto e aborto espontâneos.
Nessa mesma linha, a Associação Brasileira de Reprodução Assistida também divulgou uma Nota Técnica sobre o assunto, reiterando as recomendações da Anvisa. A entidade afirmou ainda que o vírus da monkeypox pode ser encontrado no sêmen e nos fluidos vaginais e que os efeitos no feto e na mãe ainda não são claros.
O obstetra especializado em reprodução assistida Adelino Amaral explica que muitas viroses contraídas ao longo da gestação podem causar mal formação dos bebês e complicação maternas. Por isso, é preciso ficar atento.
Os sintomas da monkeypox são febre, dores no corpo e na cabeça e as feridas típicas na pele. É importante procurar ajuda médica e se isolar no caso de qualquer indício da doença.
* Texto e áudio corrigidos às 11h do dia 03/09/2022.
