Pescadores e agricultores são alguns dos moradores da região mineira de Mariana afetada pelo rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em novembro ado. Eles, no entanto, não são identificados como atingidos pela tragédia, segundo denuncia o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). São os chamados “atingidos ocultos”, como explica Neudicléia Oliveira, da coordenação nacional do movimento, que participou nesta quinta-feira de debate sobre o assunto no Fórum Social Temático, em Porto Alegre.
Na atividade do Fórum, o Movimento dos Atingidos por Barragens cobrou uma política nacional que defina quem são os afetados por desastres como este, pois, de acordo com a organização, é a própria empresa que seleciona quem será indenizado. Com isso, Neudicléia avalia que essas pessoas am por uma dupla violação de direitos: de “um lado são atingidos pela lama, pela água suja, e por outro, vão ter que provar legalmente que elas sofreram consequências pelo rompimento” da barragem.
A presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, falou no debate sobre a necessidade de pensar um novo modelo de mineração. Para ela, “os indicadores sociais de Mariana não correspondem ao fato de receberem mais recursos dos impostos da mineração”. Para a dirigente da CUT, “esse modelo não repercute em desenvolvimento para a região para que as comunidades aturem esse tipo de violação”.
A reportagem procurou a Samarco, mas não houve retorno até a veiculação da matéria.





